Retalho de memórias...Velha Cap DF. capitulo 5


A rua — acredito — em que morava a professora Alcione... Bastante desfigurada...

Além de jogar bola e brincar, eu trabalhava — e como: enchia com água tambores, engraxava sapatos nos postos da BR e alojamentos vários na Velha Cap e Candanga... Coletava sucata pelos acampamentos, vendia jornais na Asa Sul e, no mais, eu pescava — às vezes com meu irmão e o Tamiro (Altamir), e outras vezes com o Augustinho, o "Agustín"... Tracejávamos a mata do Jardim e os fundos do Núcleo Bandeirante, além da ponta do lago na Asa Sul... Volta e meia topávamos com os guardas do zoológico — e era uma correria... “Cará”, tilápia, tinha a dar com pau...

Havia duas entradas de acesso à Velha Cap e Candanga através da rodovia dos postos... A transversal de cima, adentrando entre o campo do Guará e o cerradinho com o campinho em que jogávamos...

A outra, mais abaixo, era asfaltada e passava à direita da rua em que morava a professora Alcione, o colega de escola Zé Fernandes e onde também diziam ter morado o engenheiro Bernardo Sayão... Um dos meus locais de folguedos na mata ficava um pouco abaixo e era composto de pequenas lagoas.

Na altura da pensão da dona Lourdes — também na baixada — encontrava-se o Juizado de Menores, alguns alojamentos e o presídio da “rua do sossego”.


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...Primeira igreja de Brasília repare no estado não mais existe tinha um coreto do lado era freqüentada e amada pelo povo...
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A impressão que se tinha era de que os funcionários moradores da velha Cap, no geral, pertenciam a modestos escalões em relação ao pessoal da Candangolândia — tanto que a molecada pouco se misturava.

Eu me dava com boa parte deles... Os garotos do time, por exemplo... Na sala de aula, o Vicente Batinga e eu não podíamos olhar um pra cara do outro enquanto dávamos a lição — caíamos na gargalhada. Um dia fui na casa dele... Ficava nos fundos da Candanga, na beira do córrego, e o ajudei em uma de suas ocasionais tarefas: buscar lenha num cerradinho do outro lado...

Também conhecia o Beto Veloso, irmão do Lúcio e do Gilsim, e o Zé Geraldo... Trombava ocasionalmente com o Nito e o Dedé, seu irmão já falecido... com o João Batista e o Fernando, seu irmão — estes moravam na "Gurutuba", na beira da mata, do lado do zoológico... Ruazinha com poucos barracos... Tornaram-se depois meus grandes amigos...

Na Candanga tinha igreja com coreto — a primeira de Brasília — e a primeira delegacia também; alojamentos, a rua dos engenheiros e seus filhos metidos... E tinha uma rua que chamávamos de "das lojinhas" (o comércio), e ruas A1, A2, A3 etc. — que os garotos metidos da Candangolândia chamavam de Rock 1, Rock 2, Rock 3... E não é que pegou?

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