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... Basta de se encher lingüiça e vamos enfim aos fatos...
com a palavra o naco...sim um grande naco de carvão !!!
(Esclarecimento) O texto procura refletir embora pobremente sobre parte da História de Goiás,foi escrito a muito tempo e em muitos aspectos deixa a desejar ...Vale pela imaginação.
Com a palavra um naco de carvão
De pleno voo eu despencara
em vertiginosa queda...
do bico de uma arara...
salivado e em frangalhos,
insepulto eu germinara...
de casulo entranhado...
lá no interior de Goiás...
no bioma do cerrado...
o recanto agregava...
o cerrado florescia...
Prenúncio de doação...
odor, textura e magia...
Bico a bico me espalhando,
naveguei por intempéries,
entranhado pelo âmago,
palmilhei todo o sertão...
de estômago a estômago...
varei rios e traspus serras,
semeei por vales e campinas
e pactuei com filhos da terra.
...Fim de ato... desce o pano...
Cenário
...Beira de rio... uma clareira...
Personagens
...Índios e homens rústicos e um prato com aguardente...
O vento sopra nas palmeiras,
e no farfalhar de folhas, uma algazarra de pássaros
saúda um sol que brota da serra
e rasga a névoa...
As cortinas se abrem,
introduz-se o inusitado,
traz na bacia um blefe...
nunca visto no cerrado,
rouba a cena, alucina,
espalha, consome o rio,
entorpece nas retinas,
embriaga e incinera
na lagoa que calcina,
na taba que depaupera,
no índio que cambaleia:
Anhanguera... Anhanguera.
No torvelinho campeia
brilho torvo, faiscante,
movimento de bateias
nos olhos do bandeirante...
vi o índio subjugado,
evadir-se de momento,
embrenhando no cerrado.
Com negros ficou a bateia,
e com os senhores a terra.
Tronco, açoite, cadeias,
na senzala ficou o negro;
o senhor, na casa grande,
o privilégio e o degredo
extrapolam gerações,
recrudecem, reacionam
na cidade e no sertão.
O pobre eu vi na lida...
argamassar desigualdade...
na qualidade de vida...
vi proliferarem arraiais,
e Vila Boa consolidar-se
na capital de Goiás...
Vi notável comissão
registrar no diário...
excelente impressão
sobre o planalto central,
pra se plantar no sertão...
a pedra fundamental...
e brotar selva de pedra
no lugar do vegetal.
Vi uma lei que abolia...
proclamar a república,
detonando a monarquia.
Vi perderem-se os anéis,
e os dedos sobrarem
nas mãos dos coronéis.
Vi o coração imigrante
aportando anarquia...
itinerarem-se ideais...
esboços de democracia...
Vi o privilégio reacionário,
nutrido da corrupção...
mudando de lado
pra manter a posição,
postergar a esperança,
promovendo eleição
em currais eleitorais.
Costurar-se a solução,
e de alhos para bugalhos
perpetrar-se a transição...
e qualquer constrangimento
que desandasse em furdunço
acionar-se um regimento...
ou bacamartes de jagunço...
Vi informes inquietantes
ventilando das gerais...
carregando semblantes,
atordoando maiorais...
rumores de revolução
correrem a boca pequena...
e alarmarem o sertão,
ocorrência de Rio Verde
falando de detenção,
alegrar os maiorais,
provocar descontração,
e novas de Santa Luzia...
alvoroçar a multidão.
Pra sanar o mal do sertão,
designarem um médico,
a necessária operação,
e o efeito talvez colateral
somatizou como desfeita,
e esta mudança capital
permeou-se de contendas,
revoltando, polemizando
da tribuna ao balcão de venda.
(rascunho sob revisão em andamento)
Sob este fogo cruzado,
campinas se sacrifica,
imola o seu passado
e a própria soberania.
Sementes da história
germinham de corações,
abrolham da memória,
renovam nas tradições...
rebrotam um coreto...
reportam uma história...
Vi Goiânia distinguir
e o grande potencial
de toda a parte atrair,
convergir esperança,
polarizar sonhos...
projetar mudanças,
tornar-se cartão postal,
transmutar-se metrópole,
e ocultar um grande mal:
síndrome do progresso...
seria efeito colateral...
e debaixo dos narizes
o mau cheiro é natural...
a desoladora podridão
dos córregos da capital...
a estação de tratamento
celebraria a vida...
abrandaria o constrangimento
de uma outorga indevida...
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