Capítulo 1
Velha Cap... Rebusquei no banco de memórias... 1966... E me vi com meu tio Miguel — falecido — quando nos buscou em Goiânia, a mim e meus irmãos, um ano após a morte de nosso querido pai.
Velha Cap... Rua dos Correios... Lado direito da bifurcação que, a certa altura, dividia-se... Passei a morar ali, na casa do tio, um barraco rústico de madeira, como todos da época.
Velha Cap e Candangolândia... Foram se ajeitando, ou se ajeitaram, em torno das estatais e alojamentos:
DVO... DPJ... DFL, Juizado de Menores, Presídio da Rua do Sossego, Correios, Transportes, etc.
De um lado, a Velha Cap, no alto... Abaixo, com promontórios acascalhados e riscados por trilheiros que as separavam, a Candangolândia...
Meu tio me matriculou na Escola Classe Júlia Kubitschek, a primeira escola construída em Brasília.
Situava-se em um dos lados da Velha Cap, e em um dos fundos da Candangolândia — voltada para a mata do jardim e o córrego Vicente Pires, que costeava a região desde a Metropolitana, passando pelo Núcleo Bandeirante, Velha Cap, fundos do zoológico, até a ponta sul do Lago Paranoá, onde deságua.
Na outra margem, após uma estrada de terra que adentrava a mata, havia uma velha ponte de madeira. Adiante e à esquerda, encontravam-se resquícios de antigas construções. À direita, algumas poucas empresas e, mais adiante, o acampamento do DAE.
Essa estrada, que começava na Velha Cap, passava pelo DVO, pela cerâmica, pelo DPJ — com seu campo de futebol ao fundo, utilizado pelos operários —, e um pouco mais adiante, desembocava na Rua do Sossego, onde ficava o presídio — o primeiro de Brasília.
Em se olhando do portão da Júlia Kubitschek, rua à frente, à esquerda, uma fileira de barracos — era ali que morava o Augusto Costa, o "Agustim", amigo meu. Morava em um dos poucos barracos com água encanada (não se pagava por ela, tampouco pela energia). A maioria dos outros dependia dos caminhões-pipa. Quando atrasavam — o que era frequente — a gente carregava a água no ombro, em latas, ou nos carrinhos de mão, pegando da torneira que ficava no quintal da casa dele. Eu e outros moleques ganhávamos uns trocados com isso.
Virando os olhos à direita e um pouco acima, avistava-se a escola — uma das pontas da Velha Cap — e mais adiante o galpão dos transportes. Ao redor, os aglomerados da Velha Cap. À direita e aos fundos da escola, havia um conjunto germinado de moradias, conhecido como "as dez mais", destinado aos funcionários graduados da Nova Cap. Lá morava o Ênio, colega de sala, e seu irmão Edmar. Um pouco mais abaixo, ficava a Escola Zoobotânica.
Finalmente, encontrei alguém que menciona o antigo DAE, fiz uma busca e nada, caiu no esquecimento ou será que já eramos esquecidos naquela época mesmo? Nasci e vivi no DAE até meus 11 anos, de 70 a 81, eu, meus 05 irmãos e meu marido temos lembranças incríveis daquele lugar, uma pena no google não haver nada sobre o Acampamento, triste ver a historia se perdendo...
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