(texto sob correção) idéias
O contrato Social
![]() |
Viva alegra |
As diferenças que englobam raças, nacionalidades, cor, credos, extratos sociais, aptidões, gostos, vocações, graus de escolaridade etc. interagem, passiva ou ativamente, nessa imensa, desordenada e contraditória construção que se efetua na sociedade humana. A razão desse descompasso reside na composição desequilibrada de agentes, ingredientes e componentes que se encontram dispostos dessa forma.
O capital, a matéria-prima e a mão de obra configuram essa dinâmica, assim como a produção, o consumo e as necessidades que, de certo modo, se apresentam como fatores propulsores. Na esteira disso tudo acontecem transformações que, dependendo do contexto, podem levar a quadros de estabilidade e prosperidade, ou, ao contrário, descambar em crises. O que determinará esse rumo serão os fatores envolvidos e a ordem que ocupam no complexo jogo dos equilíbrios e desequilíbrios.
![]() |
Adicionar legenda |
É por meio do trabalho — fundamental e que supre carências — que o acesso de todos à renda deve ser garantido. Neste ponto, o macro da economia — compreendendo o governo, o fisco e a livre iniciativa — deve propiciar, por meio da educação, da saúde e de uma justa e necessária distribuição de renda, as condições para essa estabilidade.
Na ponta da convergência, a sociedade assemelha-se a um estuário, onde, com suas particularidades, as diferenças desaguam, comungam e se direcionam para o bem comum.
Em razão da resutilidade e versatilidade, o capital, como mercadoria de troca e conversor de valores, confere ao indivíduo poder. E, quando em suas mãos está em grande quantidade, tende a distorcer sua finalidade primordial — que é servir como fator e força propulsora no contexto — para ceder ao egoísmo.
A concentração de renda, em detrimento do organismo social em partes, configura grave distorção e comporta agente desestabilizador, sendo, portanto, propulsora de crises. Efeito esse que, se agravado por medidas austeras e restritivas quanto ao consumo, pode se tornar ainda mais grave.
![]() |
paulo victorino |
O capital é fluxo, e é no seu movimento — não no acúmulo — que reside a prosperidade.
O sistema financeiro, no conjunto do sistema, configura-se como um coração que deveria bombear para o todo a energia necessária à transformação, em vez de acumular gorduras desnecessárias e, assim, esclerosar-se.
Os frutos do esforço comum — capital e matéria-prima — deveriam convergir para o bem comum.sta seria, de fato, a tônica de uma sociedade verdadeira.Arte engajada
A taxa de juros, quando auscultada com bom senso da economia e aplicada no interesse comum, cumpre sua função e o sistema responde. No entanto, quando distorcida em relação ao bem comum, provoca descompasso, contraindo o sistema que desacelera a economia. O descontrole nos gastos por parte do governo implica no aumento da dívida pública, que acaba transferindo recursos dos que têm pouco para os que mais possuem, numa ciranda perversa e concentradora.
O mercado é uma síntese e ponto de encontro dos interesses em demanda, que entre si permutam em busca de resolução. Englobam do financiamento à produção, do comércio à prestação de serviços, em razão do consumo — objetivo primordial e ponto comum de toda iniciativa.
No mercado, duas vertentes transportam e movimentam tudo, suscetíveis e sensíveis: são as correntes que demandam equilíbrio — a oferta e a procura — que capengam, distorcidas, tal qual o contexto de nós mesmos e do meio, atravancadas e poluídas.
.
![]() |
Janete Martins Bloise |
O bem comum, em meio a tudo isto, sinaliza como um farol — o caminho seguro e confiável.
Produtores, prestadores de serviço, consumidores: as distorções acontecem quando interesses de grupos econômicos ou de indivíduos sobrepõem-se ao bem comum. Nisso incluem-se monopólios, oligopólios, cartéis, assim como relações de promiscuidade entre representantes do setor público e agentes da livre iniciativa. Abstenho-me de uma análise sobre a ditadura, pois é do conhecimento e rejeição pública — uma forma excludente, cruel e obsoleta de governo que tem os dias contados.
As correntes de visão, crença e pensamento expressam, na diversidade e no modo de ser de cada um, percepções e demandas que têm seu porquê, razão e finalidade na convergência para o bem comum. Entretanto, se desnorteadas no princípio, devoram-se e acabam tolhidas umas pelas outras na exceção.
O bem comum alinhava, através da coisa pública, a diversidade de atividades e interesses consoante demandas e necessidades. Portanto, é no princípio que os interesses se compatibilizam com os ideais de justiça social e solidariedade. O socialismo, de fato, elabora-se no bem comum, em sua convergência, e pressupõe uma sociedade onde, por meio das necessidades e resoluções do meio, os interesses se locupletam proporcionalmente — e no bom sentido — a ponto de estabelecer um círculo virtuoso, crescente, responsável e perpétuo.
![]() |
Recanto filosófico |
A visão de conjunto, a universalidade de princípios e o bem comum como finalidade primordial preconizam que, associados numa permuta equilibrada, interajam a coisa pública como um todo, os setores da livre iniciativa com suas representações, assim como o fluxo de capital, a matéria-prima e a mão de obra, direcionados para um equilíbrio geral e o bem-estar coletivo.
A moeda, em razão de sua versatilidade como mercadoria de troca e da capacidade em trânsito de multiplicar-se numa multiplicidade de resoluções e benefícios, demonstra que a prosperidade está em seu movimento, não no acúmulo.
Os orientais, por isso, investiram nas camadas populares, produzindo a baixo custo e exportando e importando a partir do destinatário, através de agentes comerciais que também atuam no varejo desses países.
A cadeia envolve desde a produção até o convés do navio, incluindo o fisco. Os interesses envolvidos associam-se para que o produto final se torne atraente e competitivo nos mercados. Nesse modelo, a equação de custos participativos e remunerações se dá nas proporções adequadas, de acordo com o resultado.
Conjunto, estratégia, empreendimento comum — isso não se caracteriza como protecionismo.
![]() |
Jaci Lopes dos Santos |
A solução, no entanto, passa pelo conjunto da economia, com seus agentes — o povo em geral — e suas demandas e resoluções. É necessário que os recursos se movimentem e, como um todo, irriguem os diversos segmentos, compreendendo até mesmo os inativos.
A globalização, no seu conjunto, preconiza possibilidades, fato que esclarece, tanto para o bem quanto para o mal, a visão de um fator de resutilidade na polaridade desses caminhos. O bem prevalecerá, abalizado pelo conteúdo, e isso fica claro tanto nas escrituras quanto no roteiro da história e do desenvolvimento humano. Questões que nos parecem sem solução e intransponíveis — fronteiras, etnias, autodeterminações, soberanias — serão esclarecidas no devido tempo.
A ONU é um embrião que se arrasta e engatinha para tornar-se o grande parlamento dos povos, uma mesa onde se assentarão as famílias da Terra para deliberar e julgar sob a égide do bem comum. Estarão ali os Semitas, reconciliados; os eslavos, os latinos, os nórdicos, os anglos e saxões, os negros, os vermelhos, os amarelos, e todos os demais.
O bem comum torna o homem, ao mesmo tempo, servidor e servido — célebre ou anônimo que seja, com fortuna acumulada ou na sua ausência, do todo um servidor e dele servido, quer onde esteja, inserido ou não por circunstâncias. Se com zelo e retidão desempenha o mister que lhe toca, avançará rumo à plenitude. Do contrário, por mais riquezas que tenha acumulado ou prestígio, de nada adiantará, pois poluído, arrastará sua existência como um regato apodrecido, com suas faculdades de percepção distorcidas e inibidas pela corrupção e pelo materialismo.
( Correção em andamento desculpem escrevo como sai e depois repasso melhorando e corrigindo um processo dificil devido o pouco de escola que tenho)
Um seguro comum contra imprevistos e calamidades naturais, tanto para indivíduos quanto para nações, faz-se necessário. Poderia ser recolhida, sobre serviços e produtos, uma pequena taxa, constituindo-se um fundo para socorro ágil e digno às populações atingidas, que por direito receberiam o básico necessário para o recomeço. No caso das nações, esse fundo dinâmico e perene poderia ser constituído por meio do comércio internacional — algo similar para esses fins, incluindo o combate à fome endêmica e à miséria — estabelecido como um direito comum e dever de todos.
Pressupõe-se, do indivíduo, o papel de sócio em relação ao todo, nos direitos e deveres referentes ao progresso oriundo do esforço comum, assim como no que concerne às riquezas naturais. Cabe ao todo capacitar e estimular o indivíduo, desenvolvendo suas aptidões para que produza e contribua com o melhor de si; assim como cabe ao todo assisti-lo em suas dificuldades, por meio de instituições e programas direcionados.
Pressupõe-se a livre iniciativa como direito inalienável do cidadão, conforme o livre arbítrio de cada um, e esta, na diversidade que compreende e abrange, converge, junto às iniciativas do poder público, para o bem comum. A concentração de renda, em descompasso com o bem comum, provoca recessão, crises e degrada a confiança e os costumes do povo. Ao contrário do que se pensa, a distribuição de renda no Brasil, via suportes sociais, auxiliou muito, pois gerou consumo básico, movimento e emprego. Outro mito é que a concessão de aposentadorias comuns provoque desequilíbrio; na verdade, configura uma receita previsível e sustentável, que alimenta o consumo interno e gera movimento econômico.
A problemática no setor está nos desvios e na má gestão. As contribuições que o financiam deveriam diversificar-se, por exemplo, através de dividendos da exploração de recursos naturais, que integram um bem comum, assim como uma taxação da movimentação financeira (CPMF), como complemento para a concessão de benefícios ao cidadão carente e não contribuinte. Sem desvios, essa medida constituiria um círculo crescente e virtuoso, que retiraria do contexto recursos com retorno imediato, impulsionando o progresso.
Trabalho é o que não falta, e há pessoas precisando trabalhar em toda parte. Numa sociedade de fato, tudo se adequa de acordo com o interesse comum e as necessidades — esse é o verdadeiro socialismo, onde indivíduos e o todo se servem reciprocamente.
Dar o peixe, ensinar a pescar: por vezes, isso se complementa. É imprescindível para a saúde do organismo que, saciado, se movimente, e no caso do indivíduo, isso se dá através do trabalho produtivo e do aprendizado capacitador. O mercado, formalmente, não comporta toda a mão de obra inativa, por diversos motivos. Daí a necessidade e possibilidade de se encontrar um meio-termo que minimize as carências e os problemas que isso provoca, por meio da cooperação, bom senso e criatividade. Os CRAS — Centros de Referência de Assistência Social —, por exemplo, poderiam compor uma ponte para suporte e treinamento de desempregados, através de uma cooperação entre governo e iniciativa privada. Em contrapartida, poderia aproveitar-se a força de trabalho de aprendizes e desempregados para reformar escolas e hospitais públicos.
Numa sociedade de fato, as possibilidades são imensas e ilimitadas; acontecem no embate das diferenças que convergem numa esteira bem definida de princípios para o bem comum, onde aptidões, vocações, capacidades e talentos movimentam-se interagindo. O espírito é este, e sob este espírito, consorciam-se homens, empresas, propriedades rurais e governo.
O ser humano exerce, na diversidade, uma primazia; entretanto, só através das leis naturais pode exercê-la sem sobressaltos e prejuízos. O interessante é que verdadeiras respostas às necessidades, anseios e indagações só através delas encontra. Tanto isto é verdade que, no homem primitivo, é que a Revolução Francesa se inspirou. O desafio agora seria compatibilizar, nesta algaravia desigual estabelecida por essa competição desleal e desenfreada, o liberté, égalité e fraternité — valores que não se encaixam em nenhuma das sociedades conhecidas.Da clareira de onde estavamos dava para se observar um fluxo de naves e veiculos em torno e no interior da abobada dava se uma impressão de que a qualquer momento poderiam se tocar fato que não acontecia evitavam entre si uma colisão e a razão disso eu soube que era um espécie de inteligencia artificial de que as máquinas eram dotadas e obedeciam através de circuitos eletronicos quando programados as rotas e normas estabelecidas... o piloto quanto ocupava se apenas com ajustes ocasionais e comunicação, soube tambem que planeta terra estavamos no limiar de alguma coisa nesse sentido. E dali sempre conversando e observando detalhes caminhamos por diversos lugares e atravessamos por muitas portas penso eu teletranportando nos
tive a sensação ou percepção de que primeiro de nós seguia uma cópia um arcabouço ou genoma para o destino e logo em seguida como abduzidos incorporavamo-nas...Bom do que vi e ouvi concluo após lutas e muitas lutas o bem comum prevalecerá e o feudo aristocrático com suas faculdades de camaleão
esfacelará diante da compreensão que a evolução. perene do espirito humano acarretará e então far se a claro o sentido social embutido na frase amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo... compreendi tratar de um principio maior justo e universal e em sua esteira derivações concernentes isto é uma gama de princípios salutares não confundir se com o domínio de religiões ou crenças e que de fato era isto a representação do socialismo verdadeiro equanime e fraterno o qual não suprime de modo algum o livre arbítrio e as liberdades individuais.
Compreendi que a concentração de renda quando por um sistema injusto tendenciada provocava grandes e irreparáveis males e que a solidariedade humana quando presente pode minimizar suas agruras,e não resolve-las ou solucionar, que o socialismo verdadeiro absorve as correntes todas elas no bom sentido para que no embate das diferenças se elabore um produto final que de todos seja na reciprocidade consciente.
Isaque e Ismael...
O que eu poderia dizer é: que compartilhem a terra como irmãos que são. Que palestinos e israelenses, movidos por boa vontade, considerem um Estado binacional e, de início, reconheçam-se mutuamente — até que, no futuro, venham a fundir-se como um só povo, como irmãos que são.
Imagine o que ganharão com o turismo histórico, com as peregrinações religiosas, com Jerusalém — transformada, como é de seu destino, em capital mundial da fé de tantos povos.
Portanto, o que os desune são preconceitos, diferenças religiosas, retaliações e desencontros. Que isso seja trabalhado pelos homens de boa vontade.
A globalização impõe a reunião de setores afins para uma melhor e mais proveitosa negociação — e isso, na verdade, é apenas uma preparação para que, enfim, as famílias da Terra (latinos, eslavos, semitas, anglos e saxões, etc.) reúnam-se em torno de uma grande mesa, sob princípios comuns, como desde os primórdios está previsto.
A redenção humana encontra-se na justa forma dos princípios de solidariedade e justiça, em contraposição ao egoísmo, que se oculta nas entrelinhas das relações sociais.
A ONU, regida por princípios e consubstanciada pela solidariedade humana, tornar-se-á o Parlamento Mundial — um fórum onde se assentarão os próceres das nações para deliberar, não mais sob os privilégios de configurações de poder, representadas por nações poderosas ou alianças excludentes, mas sob a égide do bem comum.
E então o fraco descansará à sombra do forte sem temor algum, porque a verdade se estabelecerá.
A verdade existe, ainda que premida, obscurecida, eclipsada por mil artifícios. Ela não se coloca a serviço deste ou daquele grupo, mas no tempo certo, há de eclodir — tanto para o letrado quanto para o iletrado, tanto para a evidência quanto para o anonimato.
A divindade se manifestará na criação e cobrará equanimidade. Os tesouros amontoados com perfídia tornar-se-ão como a palha ao vento. E o homem ver-se-á no espelho da alma tal como se encontra. Os quartos escuros do interior de cada um serão ventilados pela consciência, e essa consciência geral dobrará o mundo — e se abrirá um novo tempo.
Tempo de reparar as dores, tempo de restauração, em que tudo florescerá — assim como o espírito humano.
Tempo de transformação e de passagem para um novo ciclo.
O tempo recicla e transforma todas as coisas — inclusive o homem — que, conforme a medida de suas ações e merecimento, renascerá no espaço e no tempo segundo as configurações que elaborou.
A Europa, hoje, pouco vê de horizonte e insiste numa austeridade restritiva para a massa da população, ignorando que é das demandas, necessidades e soluções do todo que se cria e se consubstancia o crescimento.
O feudalismo, no âmbito econômico que ainda se pratica, apresenta graves fissuras — faz água e tende a sucumbir.
Austeridade? Sim — quanto ao desperdício, à cultura dos privilégios e aos desvios.
Mas jamais quanto à resolução das necessidades e carências do corpo social, que exige adequada irrigação.
Já não há mais fronteiras a explorar. Há que se encarar o óbvio: os pobres. Os bolsões de miséria.
Isto, sim, compõe o que se pode chamar de “a última e definitiva fronteira”.
É difícil, trabalhosa, exigirá um grande esforço de todos — mas é o “x” da questão.
Recuperá-la e inseri-la no contexto seria, de fato, o único modo de estabelecer um círculo virtuoso na economia — quase se poderia dizer: um moto perpétuo, como ocorre na natureza.
Do contrário, as desigualdades perdurarão e se potencializarão em suas consequências, ou — quem sabe — haverá, no percurso, um motim generalizado, terrível, incontrolável, imenso e degradante.
Trabalho, cultura, educação e lazer — são indispensáveis como meios de promoção e desenvolvimento social.
Cabe ao esforço civilizatório, no conjunto das necessidades e do meio em que se convive, adequar-se através de iniciativas que motivem.
Como um todo, a sociedade padece de sérias enfermidades que se estendem por diversos campos — a começar pelas desigualdades a que os extratos sociais se veem submetidos, e por uma cultura de privilégios ostensivos praticados por setores detentores de importantes parcelas de poder, que, em razão disso, impõem — ou melhor, enfiam goela abaixo — normas e prioridades sobre os demais.
Isso precisa ser gradativamente revertido, até que, no todo, nas diversas áreas e sem distinções, princípios bem delimitados tornem-se norma comum.
Somente assim o liberté que nos concede o livre-arbítrio, o égalité das oportunidades comuns e o fraternité da solidariedade humana farão, enfim, sentido.
Caminhei por vias do Complexo, por uma fração de tempo que ignoro. Vi, ouvi, absorvi — dentro do que minhas faculdades permitiram — e concluí, de mim no contexto, que apesar da parte animal, com seus instintos e ancestralidades, também sou espírito, matéria e energia.
Portanto, contenho em mim a centelha divina da criação e, como parte do todo, nas minhas particularidades e razão, sou indivíduo.
Entre os princípios e leis que regem todas as coisas, mesmo na relatividade do acaso, a liberdade de movimento estabeleceu proporções.
E com ela vieram velocidades e ritmos, sob as leis de causa e efeito, de ação e reação.
Dessa dinâmica derivam as diferenças de forma e tempo, e, na racionalidade, o livre-arbítrio — com ele, as escolhas e, inevitavelmente, as consequências.
Significa que é preciso que eu faça por merecer, e vença uma prova cujo adversário reside no interior de mim mesmo.
E essa prova é uma grande epopeia, que se arrasta no tempo e acompanha toda a vida.
Compreendi que, no ego, encontra-se e se esconde o meu calcanhar de Aquiles — o pomo da minha fraqueza.
E que a corrupção do mundo se expressa nos rejeitos de todos nós: a poluição, visível e tangível através dos sentidos, é o extravasamento dessa degradação interna.
Entendi que, por essa razão, a centelha divina no homem se vê bloqueada.
Todos nós carregamos uma mochila pesada, repleta de inutilidades — inúteis aos olhos da verdadeira sabedoria.
E, mesmo cientes disso, relutamos em abandoná-la, pois já se tornou como nossa própria vestimenta, aderida à pele do nosso ser.
Compreendi também que o verdadeiro socialismo alicerça-se em princípios — e que, numa única frase, todo o fundamento foi traduzido:
“Amarás a Deus” — isto é, honrar a raiz dos princípios que nos conduzem a uma vida plena — “e ao próximo como a ti mesmo.”
Dessa fórmula sagrada derivam as leis, normas e condutas em sociedade, para a paz, o equilíbrio e a prosperidade de todos.
Entendi, por fim, que o grande conflito estende-se do material ao espiritual — e que é deste último que o primeiro deriva.
Que a vida é uma grande jornada.
Que o túmulo é apenas uma estação.
E que nada se perde: tudo se transforma.
Do alto e por princípios, a liberdade nos é dada como dádiva — e dela, também, prestaremos contas.
Tais contas se revelam em consequências, pois a inconsequência é um grande mal, filha da irresponsabilidade, capaz de nos atirar em precipícios.
Precisamos da equanimidade como medida.
Devemos buscá-la e moldá-la em nós — esse é o verdadeiro diferencial.
(continua)
Comentários
Postar um comentário